- O conceito de deficiente sofreu mudança ao longo da história:
Retardado, doentinho, aleijado, surdo-mudo, surdinho, mudinho, exepcional, mongolóide, débil mental e outros, não são mais conceitos, atualmente, pois carregam muito preconceito.
- Hoje os termos adequados são: pessoa portadora de deficiência, pessoa com deficiência ou com necessidades especiais.
- Deficiência não é doença;
- Algumas crianças portadoras de deficiências podem necessitar de escolas especiais;
- As adaptações são recursos necessários para facilitar a integração dos educadores com as necessidades especiais nas escolas;
- Síndromes de origem genéticas não são contagiosas;
- Deficiente mental não é louco.
- Todo surdo é mudo;
- Todo cego tem tendência a música
- Deficiência é sempre fruto de herança familiar;
- Existem remédios milagrosos que curam deficiências;
- As pessoas com necessidades especiais são eternas crianças;
- Todo deficiente mental é dependente.
O que fazer, se suspeitar da ocorrência de deficiência:
Entre em contato com a família, para verificar se estes comportamentos estão presentes também em casa e se já foi tomada alguma providência;
Recomende que a criança seja encaminhada a serviços especializados, para fins de avaliação, (U.E.E.S ou SEMED).
Fatores que podem causar a surdez
A surdez pode ser causada antes do nascimento (causas pré-natais), durante o nascimento (causas natais), e/ ou após o nascimento(pós-natais)
- Viroses (rubéola, sarampo, caxumba, etc.);
- Protozoários (toxoplasmose);
- Gestação de alto risco.
Causas Natais
- Parto demorado e difícil;
- Circular de cordão umbilical;
- Ruptura precoce da bolsa;
- Incompatibilidade de RH
Causas pós-natais
- Meningite;
- Medicação ototóxa;
- Sífilis;
- Viroses.
A deficiência auditiva manifesta-se como:
É a perda auditiva acima de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o individuo de expressar-se oralmente, bem como perceber a voz humana, com ou sem a utilização de um aparato (aparelho) auditivo.
É a perda auditiva acima de 70 decibéis que impede o individuo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, através do ouvido, bem como de adquirir, naturalmente, o código da língua oral.
Grau de deficiência auditiva DB(perda em decibéis)
- Leve (20 a 40 DB)
- Moderada (40 a 70 DB)
- Severa (70 a 90 DB)
- Profunda (superior a 90 DB)
GOVERNO DO ESTADO DO PARA
SECRETARIA ESPECIAL DE ESTADO DE PROMOÇÃO SOCIAL SECRETARIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO DIRETORIA DE ENSINO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
OS DIFERENTES
(Artúr da Távola, Jornal do Brasil, s/d)
Diferente não é quem o pretenda ser. Este é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente. Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errado. Para os outros. Que riem de inveja de não serem assim. E de medo de não agüentarem, caso um dia venham a ser. O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição.
O diferente nunca é um chato. Mas é sempre confundido com ele por pessoas menos sensíveis e avisadas. Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados, vitórias são adiadas; esperanças são mortas.
Um diferente medroso, este sim acaba transformando-se num chato. Chato é um diferente que não vingou. Os diferentes muito inteligentes entendem por que os outros não os entendem. Os diferentes raivosos acabam tendo razão sozinhos, contra o mundo inteiro. Diferente que se preza entende o porquê de quem o agride.
O diferente paga sempre o preço de estar - mesmo sem o querer - alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores. O diferente agüenta no lombo a ira do irremediavelmente igual; a inveja do comum; o ódio do mediano. O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão mas que sempre está certo.
o diferente começa a sofrer cedo, desde o primário, onde todos os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns professores por omissão (principalmente os mais grossos), se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial, em aleijão e caricatura. O que é percepção aguçada em "- puxa, fulano, como você é complicado". O que é o embrião de um estilo próprio em "Você não está vendo como é que todo mundo faz?"
O diferente carrega desde cedo apelidos e marcações nos quais acaba transformando-se. Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.
Diferente: é o que vê mais longe do que o consenso. O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber. Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno gargalham.
Diferente é o que: engorda mais um pouco, chora onde outros xingam; estuda onde outros burram. Quer onde outros cansam. t:spera de onde já não vem. Sonha entre realistas. Concretiza entre sonhadores. Fala de leite em reunião de bêbados. Cria onde o hábito rotiniza. Sofre onde os outros ganham.
Diferente é o que: fica doendo onde a alegria impera. Aceita empregos que ninguém supõe. Perde horas em coisas que só ele sabe importantes. Engorda onde não deve. Diz sempre na hora de calar. Cala sempre nas horas erradas. Não desiste de lutar pela harmonia. Fala de amor no meio da guerra. Deixa o adversário fazer o gol porque gosta mais de jogar do que de ganhar.
Diferente é o que aprendeu a superar o riso, o deboche, o escárnio e a consciência dolorosa de que a média é má porque é igual.
Os diferentes aí estão: enfermos; paralíticos; machucados; engordados; magros demais; bonitos demais; inteligentes em excesso, bons demais para aquele cargo, excepcionais; narigudos; barrigudos, joelhudos, de pé grande; feios; de roupas erradas; cheios de espinha; de mumunha, de malícia ou de baba; os diferentes aí estão, doendo e doendo, mas procurando ser, conseguindo ser, sendo muito mais.
A alma dos diferentes é feita de uma luz além. A estrela dos diferentes tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os poucos que forem capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão os maiores tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são capazes.
Não mexa com o amor de um diferente. A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois.
"CADA UM, SEGUNDO SUA NATUREZA"
O fundamento da ética e de todas as virtudes são decorrentes do amor que consiste no respeito mútuo, no sentimento de que eu e o outro somos UM. Como ilustração transcrevo uma parábola da sabedoria hindu:
"Monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o bom homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.
- Mestre, deve estar doendo muito! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!
O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu:
- Ele agiu conforme sua natureza, e eu, de acordo com a minha."
Esta parábola nos faz refletir a forma de melhor compreender e aceitar as pessoàs com quem relacionamos. Não podemos e nem temos o direito de mudar o outro, mas podemos melhorar nossas próprias reações e atitudes, sabendo que cada um dá o que tem e o que pode. Devemos fazer a nossa parte com muito amor e respeito ao próximo. Cada qual conforme sua natureza.
Nesta edição além das matérias maravilhosas no mestre Masaharu Taniguchi e do prof. Seicho continuando a incentivar a boa leitura, a prosperar e a manifestar o sentimento de gratidão a todas as coisas para purificar a mente, temos também uma carinhosa apologia aos animais no artigo da profª Teruko Taniguchi, e na seção Aprimoramento para Mães um enfoque sobre "o porquê da dependência das drogas" que atormenta grande número de nossos jovens. Desta maneira desejamos a todos um excelente aproveitamento.
Marie Murakami
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA ESPECIAL DE ESTADO DE PROMOÇÃO SOCIAL
SECRETARIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE ENSINO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
"Para o homem que pensa estereotipada mente, estar só e estar errado são a mesma coisa ( ... )"
Jean-Paul Sartre
O título refere-se ao livro de Jerzy Kosinski, uma narrativa angustiante do que ocorre com um menino de seis anos de idade, refugiado da 2a Guerra Mundial, obrigado a peregrinar pelos campos da Polônia. Durante algum tempo, a criança vive sob a proteção de Lekh, um jovem solitário que ganha a vida como caçador. Lekh ama uma mulher. Ludmila. O trecho do livro aqui transcrito ocorre durante um período de separação entre ambos. relatado pelo menino:
"Às vezes, durante dias seguidos Ludmila não aparecia na floresta. Lekh ficava dominado por uma raiva silenciosa. Fixava os olhos, solenemente, nos pássaros colocados nas gaiolas, resmungando alguma coisa para si.mesmo. Finalmente depois de um demorado exame, escolhia o pássaro mais forte, prendia-o ao seu pulso e preparava tintas malcheirosas de diferentes cores, que misturava com componentes mais variados. Quando as cores o satisfaziam, Lekh virava o pássaro e começava a pintar suas asas, sua cabeça e seu peito com tons de arco-írís, até que se tornasse mais saliente e vivo do que um buquê de flores do campo.
Depois, íamos até à parte mais fechada da floresta. Quando chegávamos a esse ponto, Lekh retirava o pássaro e me pedia para segurá-lo em minha mão e comprimi-lo levemente. O pássaro começava a chilrear e atraía um bando da mesma espécie que voava nervosamente sobre nossas cabeças. Nosso prisioneiro, ao
Ouvi-los, se voltava para eles, gritando mais alto, enquanto seu coração, trancado num peito recente pintado, batia violentamente.
Quando um número suficiente de pássaros se reunia sobre nossas cabeças, Lekh me dava sinal para libertar o prisioneiro. O pássaro levantava vôo, feliz e livre, um ponto de arco-íris num fundo de nuvens, e depois mergulhava no bando que o esperava. Durante um instante, os pássaros ficavam confusos. O pássaro pintado voava de um extremo a outro do bando, em vão tentando convencer sua espécie de que era um deles. Mas fascinados por suas cores brilhantes, eles voavam à sua volta, não convencidos. O pássaro pintado era empurrado para um ponto cada vez mais distante do bando, embora desesperadamente tentasse entrar nas suas fileiras. Logo depois, um pássaro depois do outro atacava-o violentamente. Em muito pouco tempo, a forma de muitas cores perdia seu lugar no céu e caia no chão. Esses incidentes ocorriam muitas vezes. Quando depois encontrávamos os pássaros pintados, estes quase sempre estavam mortos. Lekh examinava atentamente o número de bicadas que os pássaros tinham recebido. O sangue escorria de suas pernas pintadas, diluindo a tinta e sujando as mãos de Lekh”.
O pássaro pintado é o símbolo perfeito do outro, do estanho, do bode expiatório. Com habilidades inimitável, kosnski nos mostra as duas faces do fenômeno: se outro é diferente dos membros do rebanho, é expulso do grupo e destruído; se é como eles, o homem intervém e faz com pareça diferente, de forma que possa ser expulso do grupo e destruído. O homem busca, cria e atribui diferenças, a fim de poder alienar o outro, como forma de preservação, já que para ele, a segurança reside na semelhança. Por isso o conformismo é bom, a divergência é má. O escritor Emerson compreendeu isso muito bem, ao advertir que “por toda parte a sociedade conspira contra o valor de cada um seus membros. A virtude mais exigida é o conformismo. A confiança em si mesmo é sua aversão.
Quem quer que valorize a liberdade individual. a diversidade humana e o respeito por pessoas, não pode deixar de ficar consternado diante desse espetáculo. Assim devemos estar sempre atento para que, enquanto educadores. não pintemos pássaros (nossos alunos), separando-os (discriminando e rotulando) de seu bando ( sociedade) para que sejam destruídos.
[1] Texto extraído do livro “O pássaro pintado”
Autor Jerzy Kosinski.
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
DEFICIÊNCIA VISUAL
I - Inclusão escolar de alunos Cegos e com Baixa Visão.
1- Necessitam de um ambiente estimulador, de mediadores e condições favoráveis à exploração de seu referencial perceptivo particular. (pg.14)
2- O desenvolvimento aguçado da audição, do tato, do olfato e do paladar é resultante da ativação contínua desses sentidos por força da necessidade. Por tanto não é um fenômeno extraordinário ou um efeito compensatório. Os sentidos remanescentes funcionam de forma complementar e não isolada.(pg.15)
II - Baixa Visão
1- Uma pessoa Baixa Visão apresenta grande oscilação visual de acordo com o seu estado emocional, as circunstâncias e a posição em que se encontra, dependendo as condições de iluminação natural ou artificial.
2- Desempenho visual na escola: O trabalho com alunos Baixa Visão baseia-se no princípio de estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos remanescentes beln como na superação de dificuldades e conflitos emocionais.
3- Para que o aluno com BV desenvolva a capacidade de enxergar, o professor deve despertar seu interesse em utilizar a visão potencial, desenvolver a eficiência visual, estabelecer o conceito de permanência do objeto e facilitar a exploração dirigida e organizada.(pg.18)
4- Objetivos primordiais da estimulação visual é
desenvolver a iniciativa e autonomia do aluno. É necessário um ambiente de calma encorajamento e confiança, isso contribuirá positivamente para a eficiência na melhor utilização da visão potencial que deve ser explorada e estimulada no ambiente educacional, pois o desempenho Visual está relacionado com aprendizagem.
5- É recomendável, portanto, provocar a conduta de utilizar a visão para executar todo tipo de tarefas, pois a visão não se gasta com o uso.
6- O PROFESSOR DE AEE E DO REGULAR: Devem conhecer o desenvolvimento global do aluno, o diagnóstico, a avaliação funcional da visão, o contexto familiar e social, bem como as alternativas e os recursos disponíveis, facilitam o planejamento de atividades e organização do trabalho pedagógico.(pg.18) III - Recursos ópticos e não-ópticos(pg. 19 e 20)
IV - Recomendações úteis: São várias, dentre destacamos - adaptar o trabalho de acordo com a condição visual do aluno; em certos casos, conceder maior tempo para o término das atividades propostas; ter clareza de que o aluno enxerga as palavras e ilustrações mostradas; evitar a iluminação excessiva em sala de aula.(pg.20)·
V - Alfabetização e Aprendizagem: Para que o aprendizado se"a completo e significativo é importante possibilitar a coleta de informação por meio dos sentidos remanescentes, pois são eles importantes canais ou porta de entrada de dados e informações que serão levadas ao cérebro.(pg.21) 1- É necessário criar um ambiente que privilegia a convivência e a interação com diversos meios de acesso à leitura, à escrita e aos conteúdos em geral.
2 - É tarefa do educador observar como os alunos se relacionam com os seus colegas e com os adultos e verificar a qualidade da experiência comunicativa nas diversas situações de aprendizagem.
3 - Crianças cegas operam com dois tipos de conceitos: *Significado real, a partir de suas experiências; * E através do Verbalismo.
4 - Espaço físico e mobiliário(pg.22)
5 - Comunicação e relacionamento
6 - O Sistema Braille (pg.23 e 24)
VI Atividades
1 - Algumas atividades de cunho visual devem ser adaptadas com antecedência e outras durante a sua realização por meio de descrição, informação tátil, auditiva, olfativa, e qualquer outra referência que favoreçam a configuração do cenário e do ambiente.(pg.25)
2 - Avaliação: Em alguns casos e recomendável valer-se de exercícios orais. A adaptação e a produção de materiais, a transcrição de provas, exercícios de textos em geral para o Sistema Braille podem ser realizadas em salas multimeios, núcleos, serviços ou centros de apoio pedagógicos. Se necessário for, estender o tempo da avaliação. (pg.26)
VII - Recursos didáticos: Os recursos destinados ao AEE desses alunos devem ser inseridos em situações e vivências cotidianas que estimulem o pronome a exploração e o desenvolvimento pleno dos outros sentidos.